quarta-feira, 28 de julho de 2010

Resposta para Psicóloga x Cazuza


Hoje, após uma ótima noite regada de sushi, coca-cola, mais umas coisas que comemos em segredo e doces, na super agradável companhia de minha amiga Tarsila Pereira, chego em casa e vou ver meus e-mails. Então, para minha surpresa, recebo novamente um e-mail que circulou há muito tempo atrás, onde uma psicóloga confronta o sucesso do filme "Cazuza o tempo não pára".
O filme é uma biografia da vida desse cantor, e a psicóloga, em seu e-mail, entende que há um erro na sociedade ao reverenciar esse filme, bem como, o artista. Ela, que se chama Karla Christine, afirma que as pessoas estão cultivando ídolos errados. Cazuza, segundo ela, era um marginal. Sim um marginal, por viver à margem da sociedade. Uma sociedade que "tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado", diz ela. Concordo que realmente nós, seres humanos, estamos em constante processo de evolução, ao meu ver não só como pessoas, mas espiritual também. Mas daí, essa psicóloga, vem falar de certo e errado. O que é certo e o que é errado? São conceitos estipulados por uma sociedade dominadora, preconceituosa, sexista, racista e consumista. Os mais poderosos mandam e os mais fracos obedecem. Essa é a sociedade que ela ajuda a construir. Segundo sua linha de raciocínio, Cazuza não é digno de admiração pois ele era um traficante, um filhinho de papai que só obteve sucesso por ter o início de sua carreira facilitado por ser filho de um produtor musical. Então quer dizer que ele não tem talento como músico? Ela responde dizendo que, concorda que "suas letras são tocantes, mas reverenciá-lo é, no mínimo, inadmissível". Karla ainda vai mais longe dizendo que os culpados, por Cazuza ter sido assim, são os pais, segundo ela, "a mãe vivia para satisfazer as suas vontade e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta". Ela ainda cita um juiz, Sírio Darlan, que compara Cazuza com Fernandinho Beira-Mar, para ele, a diferença entre os dois é que um nasceu na Zona Sul e o outro não. Para terminar essa introdução, a psicóloga diz que teve de conversar com sua filha sobre o filme, pois ela não queria que a menina começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas fossem certas, "já que foi isso que o filme mostrou". Ela ainda pergunta "por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada?". E termina com algumas frases ridículas como "dizer não é a maior prova de amor" e novamente alegando que a morte do Cazuza se deu por conta da má educação a qual ele foi submetido.
Portanto, eu pergunto: Quem é que não sabe educar seu(sua) filho(a)? Convenhamos, tudo isso por causa de um filme? Dizer que a sociedade que ela quer não é assim? Em que planeta essa pessoa vive?
Creio que a psicóloga Karla Christine - nem sei se esse é realmente o nome da pessoa que escreveu isso, muito menos se é psicologa - está claramente perdida no mundo, pois ela mesma diz que a juventude já é transviada. Querida, quem somos nós para julgar o que é certo ou errado? O que é errado para você, pode ser certo para mim! Não estou dizendo que não devamos nos impor alguns limites, acho que o limite da minha liberade vai até se cruzar com o limite de liberdade de outra pessoa. Isso é, minha liberdade não pode, nunca, prejudicar ou interferir na vida de outra pessoa, isso é que não é certo. Não posso sair por aí matando as pessoas, porque isso interfere na vida de outros. E, mesmo assim, só penso dessa forma, justamente, por ter a capacidade de pensar, pois se fossemos movidos de instinto e não de razão, haveria muito mais criminalidade no mundo. Se você é, e/ou permite a sua filha ser cabeça fraca, logo, não ser dotada de plenas faculdades mentais, isso é um problema seu e da sua filha. Não nos venha empurrar goela abaixo a sua opinião como se ela fosse única e verdadeira. MENTIRA! A sociedade que você ajuda a construir está aí morrendo de fome, doenças, desabrigada, mas ainda luta por estatus e conceitos de certo ou errado. Enquanto você fica julgando o fato de pessoas idolatrarem um músico, que não se prendia ao convencionismo da sua sociedade, pessoas estão passando por momentos muito piores que o seu, que é: se apavorar e julgar um filme, uma pessoa, um ídolo. Portanto, cuida da sua família, da sua vida, e dos seus "pseudos-conceitos". Deixe as pessoas usarem o que quiserem, participarem do que quiserem, beberem o quanto quiserem, se a educação que você dá à sua filha é boa o suficiente, ela não se envolverá com esses tipos de experiências, e caso se envolva, ela terá base o suficiente para apenas experimentar, e sair quando desejar. Falo por mim agora, que sempre tive uma boa educação familiar, e nunca me foi proibido nada, apenas não fiz certas coisas, justamente por causa da educação que recebi. Estás sendo rude ao jogar a culpa pela morte de um filho àqueles que o geraram, eles já se torturaram muito por isso, não precisam da sua falida-opinião. Ao menos a morte desse ídolo, marginal e traficante, reverteu em algo muito bom, uma fundação que pensa no bem da SUA sociedade. E a sua morte revertirá no que? Certamente você irá morrer um dia, e alguém lembrará de você, além da sua família? É, talvez eu lembre, acho que você conseguiu o que queria, uma pessoa que realmente leu o seu e-mail, mas eu leio tanta porcaria, que uma a mais, uma a menos, não fará diferença.
Enfim, àqueles que estão lendo até aqui, isso também é para vocês, essa é uma resposta do que eu penso do mundo, do que eu penso das pessoas que julgam esse mundo, julgam seus irmãos. À essas pessoas, eu só posso sentir muita pena, isso mesmo, pena, o pior sentimento que existe. Vivam as suas vidas, elas são únicas, ninguém pode viver por outra pessoa. Não se importe com o outro, com a opinião do outro, até porque, quem opinia sobre você, no mínimo, não tem o que fazer ou não tem clientes, como no caso da Karla. Enfim, lamentável comentário sobre o filme e a pessoa Cazuza. O mundo precisa de muitos Cazuzas, e menos Karlas.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Voltando a libertá-los

Eis que após muito... muito tempo sem escrever para esse pseudo-falido-blog, eu retorno para dar, novamente, liberdade aos meus dedos, pensamentos, devaneios, etc..
Muita coisa aconteceu desde a última postagem. Porém, muita coisa permaneceu igual. Continuo com minha vida resumindo-se única e exclusivamente em três palavras: estudo, trabalho e IPA! Pois é, isso não mudará tão cedo, o que não significa ser algo ruim, apenas exaustivo. Essa jornada exige mais que dedicação. Exige paciência, amor, sacrifícios, e sim, disponho de tudo isso. Amo o que faço! Apenas sinto que deixo algumas coisas de lado por ter esse ritmo que tenho, como no caso a saúde. Ahh a saúde. Ela anda me pregando algumas peças ultimamente. Não tenho estado 100% bem, poderia estar melhor do que estou. Mas enfim, sem lamentações.
Ao longo desse tempo, dediquei-me muito à minha pesquisa monográfica, um dos trabalhos finais do curso. Foi muito bom passar por todo o processo de pesquisa e elaboração. Fiz tudo o que podia para ser uma boa monografia, esperava ao menos não ter de refazê-la, obter uma nota 7 já seria ótimo. Mas, para minha surpresa, a banca avaliadora me concedeu um belo e gordo 10, cheio de lágrimas e alegria por parte do autor, esse mesmo que escreve esse blog, EU! Enfim, foi mais do que esperava, foi sensacional, foi inesquecível! Agradeci e agradecerei sempre a todos que participaram e me ajudaram ao longo dos 4 meses de dedicação a esse trabalho. Entretanto, após ter passado pela banca, me vi várias vezes perguntado à mim mesmo: "o que fazer agora?". Eu não tinha idéia do que fazer com o tempo vago, e vontade nenhuma de voltar a escrever aqui! Acontece que, hoje, ao passar o link desse blog para um amigo, me deu vontade de retomar meus momentos de desabafos.
Sinto-me meio enferrujado, travado, não sei ao certo o que escrever. Bem verdade, creio que nunca soube. Costumo falar que odeio tudo o que escrevo. Alguns dizem que não deveria pensar assim, pois, segundo eles, escrevo bem. Outros, apenas se calam. Na verdade não quero saber o que pensam sobre minha escrita, de fato, pouco me importa. Continuarei achando que não escrevo bem, e ponto. Escrevo para mim, para, de certa forma, desafogar tudo o que está aqui dentro, e que dificilmente externaria de outra forma.
Por fim, penso que, se continuar com essa vontade de me expressar através desse blog, essa continuará sendo minha principal maneira de dar palavras aos meus sentimentos. Libertá-los através de meus dedos.